Há histórias que não provêm de pradarias de flores azuis. Vêm de memórias recônditas, onde o pó de mil caminhos deixa traços leves e vagos. Impressões de um momento...
Veio do fim do tempo, onde ventos vermelhos se cruzam com aromas de jasmim e açucenas.
Chegou numa tarde de Outono, à hora em que o sol vai beijando as videiras das encostas em jeito de despedida. Videiras maduras, prontas. De braços erguidos a suplicar esse último beijo...
Sem passado nem futuro, vivia o presente. Sem tempo e sem espaço, construía desenraizadamente um lugar imaginário...
Absorto contemplou o mundo. Do alto da colina sobranceira ao mar, ficou a ver a tarde que desaparecia no embalo da brisa. Não ficou muito tempo. Apenas o lapso do momento em que criou, de mãos abertas, a estrela da noite...
Partiu.
Tão silenciosamente como chegara.
Da sua passagem restou a estrela. A estrela!
A magia da luz que trazia na mão fechada...
I.M.