Terça-feira, 27 de Abril de 2010

Passaram, no dia 21 de Abril, 100 anos sobre a morte de Mark Twain.

É impossível esquecer Tom Sawyer ou os seus amigos. Por isso, e porque cresci com estes heróis de palmo e meio, não podia deixar de prestar uma singela homenagem a um dos grandes escritores americanos que continua ser um clássico na Literatura Infanto-Juvenil.

A partir do momento em que nos tornamos adultos e olhamos para trás, observando a distante infância, desejamos  - quase de imediato - voltar ali de novo e gozar o prazer de ser criança outra vez. É então que gostaríamos de ter uma máquina do tempo que nos pudesse fazer viajar até lá, a essa vida de plena liberdade, quando as responsabilidades não eram tão pesadas... Pois bem, o que encontrei mais próximo deste sentir foi As Aventuras de Tom Sawyer. O livro que fez as delícias de milhões de crianças (que hoje são adultos como eu) em todo o mundo. Quem de nós nunca se identificou com o rebelde petiz que corria descalço ao longo do Mississipi e estava constantemente em sarilhos? Pois para mim, ler Tom Sawyer é encontrar um pouco de tudo: aventura, caça ao tesouro, crime... Ler Tom Sawyer é reencontrar tempos onde as crianças brincavam com sapos e não com PSPs... Cada capítulo destas aventuras é uma "aventura" que ensina lições sobre a importância de amizade e sobre a ideia de liberdade.

Mark Twain soube ler as mentes, as ideias, as emoções e os desejos  da infância e transportou-os para a mancha gráfica do texto... Mas o valor da obra não acaba aqui. Atrás de cada parágrafo encontram-se escondidas subtis mensagens e reflexões referentes a múltiplas facetas da humanidade e destinadas a todas as idades...

O livro está escrito com um estilo fácil de ler, com essa simplicidade que só os grandes mestres conseguem atingir e torna a obra imortal.

Alguém disse que as Aventuras de Tom Sawyer é, antes de tudo, um livro de memórias. Pode ser. Só sei que através dos olhos desse menino irrequieto, o autor nos oferece uma dupla visão da realidade: a do mundo infantil que o leitor já perdeu e a do mundo adulto, confuso e ilógico... Este é um livro para crianças e para adultos que ainda gostam de sonhar e sorrir...

Que difícil é ser um sonhador quando a realidade é o mais oposto à imaginação que pode existir!



publicado por I.M. às 16:36
Terça-feira, 27 de Abril de 2010

Eu sei que tenho andado afastada... mas não deixei de ler. O tempo não é muito, mas cá vou deixar mais umas impressões.

Li, há muito tempo, O Afinador de Pianos. Não conhecia o autor, mas o título do livro não me deixou até ouvir a sua melodia. Gostei muito. E então, fiquei à espera de ler outra coisa do autor. Mas esperei muito (talvez uns quatro anos) para chegar a esta Terra Distante...

 

 Uma Terra Distante é um livro sobre o mundo dos pobres... Os muitos milhões de pessoas que vivem como agricultores de subsistência ou abandonam as suas terras, a norte, no interior, para "desenterrar" um modo de vida na mega-cidade do sul. É, por isso, uma bela meditação sobre a pobreza e a migração. Fez-me lembrar As Vinhas da Ira. Mas fez-me lembrar, também, Dickens e a exploração do trabalho infantil.

A história é, aparentemente, simples: uma menina chamada Isabel cresce numa pequena aldeia na extremidade de uma plantação de cana. Quando a seca se torna insuportável, parte para a grande cidade em busca do irmão mais velho. E nós embarcamos com ela nessa viagem assustadora e, simultaneamente, cheia de promessas...

 

O poder do livro reside no facto do leitor sentir as angústias e o desesperos daquelas gentes e de outras que,  como aquelas, embora por um golpe de "sorte", têm a sua "terra distante" na América, em França, em Inglaterra ou em qualquer outro lugar...

 

O Poder de  Daniel Mason enquanto contador de histórias consiste em fazer mergulhar o leitor num mundo tão perfeitamente detalhado que não se vê apenas através dos olhos dos protagonistas. Todos os nossos sentidos são envolvidos. Cada sabor, aroma ou som é visceralmente perceptível. Quando o sol bate forte, sentimos o suar escorrer em bica. Quando as personagens sofrem, encolhemo-nos...

 

Uma Terra Distante é suficientemente longo e termina onde deveria...

 



publicado por I.M. às 15:33
Sexta-feira, 09 de Abril de 2010

Saiu no dia 16 de Março o novo livro de Sarah Addison Allen. Comprei-o e li-o nesse mesmo dia. Entrei num mundo mágico (como sempre acontece quando leio os livros dela) e esperei. O meu medo era que a decepção pudesse acontecer… Mas não. Mais uma vez saí fascinada e com pena de ter chegado ao fim.

Uma leitura mágica e fresca que, espero, chegue a Portugal ainda antes do Verão.

 

Sarah Addison Allen não escreve. Pinta belíssimas imagens com as suas palavras (mágicas). O tipo de palavras que quase se pode  saborear…

Como um copo de chá doce gelado num quente dia de Verão, este romance é refrescante, rico e deliciosamente sulista.

A história gira em torno de segundas oportunidades sem se tornar, no entanto, sentimentalista ou lamechas. Magicamente, está imbuída de erros, perdão e capacidade de fazer as pazes com o passado. Muito bem escrita, a galeria de estranhas personagens que a povoam surge vívida e cativante. Apaixonamo-nos por todas elas e dificilmente escolhemos uma como eleita. E aí reside a força da autora: agarra o comum, o ordinário, e torna-o  tão mágico como a vida pode ser.

O romance entrelaça o poético e o fantástico e mostra como a história escrita pelos nossos familiares não tem que ser a nossa. O nosso passado pode contribuir para o nosso futuro, mas não tem que o ditar…

Místico e mágico como uma colher de açúcar a brilhar ao sol, o romance conta uma história que nos dá uma lição de amor, de aceitação, de redenção, de novos inícios…tudo embrulhado num livro encantador, com um doce sabor a menta…



publicado por I.M. às 17:23
Em torno de livros e escritos. À volta de histórias e estórias...
pesquisar neste blog
 
links